Como nasceu o Brooklin?
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Pelo Decreto do sr. Interventor Federal em São Paulo, nº 6.518, de 28 de junho de 1934, foi criado o Distrito de Paz de Ibirapuera, com as seguintes divisas: "Começam no rio Jurubatuba na foz do ribeirão da Traição, sobem este ribeirão até as suas vertentes, e daí em linha reta do seu galho setentrional à estrada de Conceição, dividindo com o município da Capital, e daí seguem pela referida estrada, dividindo com a Capital e São Bernardo, até encontrar as nascentes do ribeirão Cupecê ou Cordeiro, descem por êste, até encontrar a ponte existente nas proximidades de Benedito Camargo e Dr. Lane e dêste ponto, em linha réta até encontrar a rua Bela Vista, na linha de bondes da Light e pela rua Bela Vista até o Rio Jurubatuba, dêste ponto em linha reta ao marco divisório na Estrada do Circuito no bairro do Taboão e daí em linha reta pelos marcos divisórios com o município da Capital até a foz do ribeirão da Traição, onde tiveram comêço".

Nomeando escrivão de paz o sr. Julio Simões, o primeiro nascimento foi registrado em 23 de julho; o primeiro óbito, em 29 do mesmo mês e o primeiro casamento em 1º de setembro, tudo em 1934.

As primeiras autoridades nomeadas foram os seguintes cidadãos: Juiz de Paz, sr. Manoel Pacheco Valente e suplente sr. Ettore Giollo; sub-delegado, sr. Otavio de Araujo Novaes; suplentes sr. José Henrique Rehin e sr. Agostinho José Gonçalves. Primeiro Agente do Correio: srta. Isabel Ferreira Pinto. O Grupo Escolar que foi fundado em 5 de Março de 1932, em barracão cedido pela Cia. Votorantin, teve o seu corpo docente constituido dos seguintes professores: Leonato de Freitas, diretor; professoras D. D. Alzira Livramento Marzagão, Flavia da Silva Costa, Floriana S. Paulo Pacheco; Ida Varani; Idalina Guimarãoes; Luiza Blumenthal, Maria Cardoso do Amaral; Maria Conceição Mesquita, Maria da Glória Pereira Leite e Maria Luiza Vieira. Funcionários: Ruy de Alvarenga Toledo, porteiro; Israel Silva de Moraes, Ozoria Vaz de Almeida e Leontina Gonçalves Nunes, Serventes.

O estabelecimento mantinha cinco salas e, funcionando em 2 períodos, mantinha 358 alunos, sendo 174 do sexo feminino e 184 do sexo masculino.

Não se pode afirmar que o Brooklin Paulista conte com 179 anos de existência, embora tivesse a sua primeira casa [foto] construida em 1822, data da nossa Independência, pois essa casa foi sede da fazenda de 174 alqueires, construida por Chico Mimi, que se mudara da casa que também construira, às margens do córrego da Traição, a unica existente antes de 1822, entre Santo Amaro e São Paulo. Como sede da fazenda a "Casa Grande", como a chamavam, assim se conservou por mais de um século, passando para a propriedade de diversos donos. Nessa persuasão crê-se que o Brooklin Paulista começou efetivamente quando os 174 alqueires da fazenda foram divididos em pequenos lotes que foram vendidos em prestações. Os primeiros adquirentes dos lotes tendo construído as suas casas  [foto] e quando já se constituía um núcleo regular, inclusive as existentes de uma pequena igreja, efetivou-se o nascimento do bairro no ano em que se iniciaram as vendas dos terrenos, 1922.

Três grandes terrenistas empenharam-se entusiásticamente nas vendas das diversas glebas. O Dr. Afonso de Oliveira Santos, o primeiro loteador da gleba entre a Av. Morumbi e o Rio Cordeiro, loteamento esse que denominou Jardim das Acácias. A gleba compreendida entre a Av. Morumbi do lado direito subindo em direção ao Rio Jurubatuba, foi adquirida por Julio Klaunig, cuja divisão e venda foram feitas por Alvaro Rodrigues  [foto] . Por último, no mesmo ano de 1922, Pereira Ignácio procedeu ao loteamento da parte alta, entre o córrego do Espraiado e Cordeiro, desde a avenida Adolfo Pinheiro até a Auto Estrada Washington Luiz.

Entretanto, ao contrário do que muita gente pensa, o Brooklin Paulista nasceu e cresceu auto-suficiente. O bairro progrediu dentro das suas próprias e naturais divisas, as acima descritas. Não teve ajuda nem a influência dos poderes administrativos. Ilhado, pode-se dizer, por muitos anos, entre o córrego do Espraiado e Cordeiro, os prédios residenciais, fábricas e outros empreendimentos particulares sucediam-se formando o monumental bairro, o qual como dissemos no inicio, nasceu para ser uma metrópole. Além, tanto ao lado da Capital como de Santo Amaro por muitos quilômetros, não havia vida, isto é, não existiam casas de espécie alguma.

Certo dia, no ano de 1959, um homem de visão, empreendedor e cheio de iniciativas, resolveu construir uma avenida pelo traçado da acanhada estrada de rodagem que ligava Santo Amaro a São Paulo, como prometeu, um ano após, a magnifíca era inaugurada. Esta avenida, que fêz o milagre da integralização, unindo São Paulo e Santo Amaro ao Brooklin Paulista o qual como afirmamos, achava-se ilhado entre os dois córregos, por mais de um século, nos dias de hoje absorveu-se dentro da grande metrópole paulistana. Por isso mesmo, engrandecendo-a e cooperando com o seu aumento demografico para cinco milhões de habitantes.

Como dissemos linhas acima, o primeiro prédio que foi sede da fazenda foi construído por Chico Mimi, em 1822. Pouco tempo depois êste a vendeu a um tal Moraes, por 800$000. Em 1867, Carlos Kleyn, que viera da Alemanha e se localizara em companhia dos seus patrícios no lugar chamado Colônia, constituida de terras doadas pelo governo provincial, comprou a fazenda onde veio residir em companhia de sua esposa, D. Ana Catarina Norgang Klein, e seus filhos já nascidos aqui. Tendo o chefe da familia falecido a 11 de dezembro de 1876, a fazenda veio pertencer ao seu filho João Klein [foto] e sua esposa, D. Carolina Klein. Os filhos do casal, em numero de oito, nasceram na "Casa Grande" da fazenda. São eles: Ana, Maria, Izabel, Catharina, Paulo, Augusta, Adelaide, e Libório. 

Por falecimento de João Klein os seus filhos Paulo e Libório foram contemplados no inventário, cabendo-lhes na partilha dos bens deixados, a gleba de 174 alqueires. Anos após este acontecimento, os irmãos Klein venderam toda a referida area a Julio Klaunig o qual juntando-se em sociedade com o prestigioso politico e capitalista brooklinense Alvaro Rodrigues, procederam ao loteamento de toda a gleba adquirida.

Fotos
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Família Klein A 4a. Casa
A familia Klein A quarta casa construída no Brooklin
Álvaro Rodriguez Sede da Fazenda Brooklyn
Álvaro Rodrigues Sede da Fazenda Brooklyn
João e Carolina Klein
João e Carolina Klein

Agradecemos a colaboração da Paróquia Sagrado Coração de Jesus

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